Tuesday, September 4, 2007

O EXPRESSO DA MEIA NOITE.

Elenco: Brad Davis, Irene Miracle, Bo Hopkins, Paolo Bonacelli, Paul Smith, Randy Quaid, Norbert Weisser, John Hurt, Mike Kellin, and Franco Diogene.
Dire
ção : Alan Parker
Roteiro
: Oliver Stone
baseado no livro de Billy Hayes e William Hoffer
Duração: 115 minutos

Lançamento
(EUA): 1978


O Expresso da Meia Noite é um filme de prisão que conta a história de um jovem norte americano, Billy Hayes, que nos anos 70 é detido no aeroporto de Istambul com 20 kilos de haxixe.

O inferno na vida de Billy começa quando ele descobre durante o processo penal que a pena para este tipo de crime no país onde está é a prisão perpétua.

O filme retrata com bastante clareza a escuridão do processo judicial no qual Billy se envedera e cai prisioneiro. A amargura da prisão e do prisoneiro, o isolamente diante do choque cultural, do racismo, da corrupção sexual, da tortura, das mazelas existentes na prisão onde um cruel sargento e seu ajudante infernizam a vida dos prisoneiros que tem como unica solução sonhar em pegar o Expresso da Meia Noite, um trem fictício que os levaria para a liberdade.

Por se tratar de um filme baseado em história verídica há no filme uma forte carga dramática e emotiva. A música eletrônica de Giorgio Moronder, os tons escuros predominantes na fotografia combinam perfeitamente e transformam o clima do filme.

A película do britânico Alan Parker é um de seus primeiros sucessos mundiais. O filme alcançou grande popularidade em vários países, foi banido em outros países de predominância árabe, recebeu indicações para o Oscar e levou dois por Roteiro Adaptado e Som, e levou Globo de Ouro por melhor Filme, Ator, Diretor e Edição.

Alan Parker é um diretor peculiar advindo do mundo da plubicidade onde já era muito famoso e prestigiado no início dos anos 70. Foi acusado de ser superficial e de fazer filmes como comerciais de Tv. Porém ao contrário disto seus filmes apresentam densidade dramática de qualidade e alia-se a isto o seu critério estético “clean” que, sem dúvida, é uma marca de suas películas.

A cena final do Expresso da Meia Noite é um clip lindíssimo aplicado à linguagem cinematográfica com beleza e poesia.

O filme foi feito antes do predominio da era do “politicamente correto” e por um britânico. Incorre, certamente, numa distorção da cultura turca. Mas o fato é que em prisões há os algozes, as vítimas, os corruptos, os corrompidos e o filme é feito a partir da ótica do prisoneiro estrangeiro como vítima e não como criminoso.

Este filme foi um dos primeiros a tratar mais abertamente da questão da droga, seu uso e da punição por isto. Mostra tambem cenas de homossexualismo masculino com tratamento estético e sensual com certo ineditismo para a época da produção do filme. Uma das cenas mais chocantes do filme é quando Billy se masturba olhando sua noiva atrás de um vidro para visitantes. É uma cena desconcertante e comovente.

“Expresso da Meia Noite” segue a tradição dos filmes de prisão como “Papillon” com Steve McQueen e “Brutalidade” com Burt Lancaster. É um filme de tema forte e como um bom vinho, pode ser apreciado quase 30 anos depois de sua feitura com prazer.

É um destes filmes que ficou.