No Escurinho Do Cinema
Monday, September 27, 2010
Tuesday, February 19, 2008
TROPA DE ELITE: UM FILME QUE NÃO É BELO MAS É BOM.
Roteiro : Bráulio Montavani sobre livro de Andre Batista
Ano : 2007
Elenco : Wagner Moura, Caio Junqueira, Andre Ramiro, Milhen Cortaz e outros.
Mas, depois deste período, o Cinema Brasileiro viveu uma longa fase na obscuridade. Porem, nestes ultimos anos este cenário mudou de forma significativa; sendo até que hoje no Brasil já há mais salas que exibem regularmente filmes nacionais; e as melhores bilheterias de produções brasileiras não são de filmes tipo “Xuxa” ou “Trapalhões”.
Há muitos fatores sócio-econômicos que contribuiram e ainda contribuem para esta melhora, porém, é sempre bom lembrar o cineasta Walter Salles que com seu poético “Central do Brasil”, conseguiu reabrir a porta do mundo para o cinema brasileiro; e em 1998, ao ser o primeiro filme brasileiro a ganhar o Urso de Ouro, prêmio dado ao melhor filme no conceituado Festival de Berlim, deixou um legado positivo para a geração de cineastas que veio depois dele.
Recentemente no ultimo dia 15 de fevereiro, 10 anos depois do sucesso de Walter Salles, outro filme brasileiro, o “Tropa de Elite” de José Padilha, recebe a mesma premiação.
Diante deste fato, primeiramente, é interessante notar a conexão que existe em quase todos os filmes brasileiros feitos anteriormente ao “Tropa de Elite” e que ganharam, como ele, projeção no exterior. Todos eles abordam temas abomináveis da vida brasileira: a fome, a miséria e a violência.
Deste grupo, “Tropa de Elite”, é o menos poético e o menos fotográfico.
Pode-se dizer que tenha a mesma contundência de imagens violentas como “Cidade de Deus” (Meirelles, 2003) mas não tem a mesma beleza cinematográfica, nem uma proposta neste sentido.
“Tropa de Elite” é um filme que trabalha de forma dura e direta com um contexto politico-social real. Nao há espaço para a beleza visual na película, o papo é outro.
O filme narra a partir de um personagem, o capitão Neto do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Policia Militar do Rio de Janeiro a sua angustia em escolher um substituto para o seu cargo que ele tem que optar entre dois candidatos.
A história é baseada em fatos reais que foram registrados a partir de entrevistas de integrantes da Policia Militar a uma psicóloga da Policia Militar. Com uma edição enxuta e elenco coeso, o filme mostra de forma dinâmica e dramática os infernos do Capitão Neto, o desenvolvimento de uma ação do BOPE para apaziguar as favelas do Rio de Janeiro durante a visita do Papa em 1997 e os métodos abusivos e violentos que usam para implantá-lo.
A violência do filme explica parte de seu sucesso, principalmente pelo desconforto que cria. As cenas das chacinas e brutalidade policial chocaram os brasileiros, o que dizer então de populações que não estão nem de longe acostumadas com a idéia de brutalidade policial, ainda mais da forma como o filme exibe.
Voce assiste “Tropa de Elite” e depois, sendo brasileiro, se acerca de que tudo o que o filme mostrou faz ou fez parte da realidade do país. Lamenta e depois se pergunta porque são estas coisas que fazem o sucesso do cinema do Brasil no mundo. Será que um dia uma história tipo Romeu e Julieta brasileira fará sucesso no exterior? Bem se tiver muita fome, miséria e violência, é bem provável que sim.
PS: Assista o Trailer Oficial do filme no YouTube, http://www.youtube.com/watch?v=0jeTL9hC3Wg
Tuesday, September 4, 2007
O EXPRESSO DA MEIA NOITE.
Direção : Alan Parker
Roteiro : Oliver Stone baseado no livro de Billy Hayes e William Hoffer
Duração: 115 minutos
Lançamento (EUA): 1978
O Expresso da Meia Noite é um filme de prisão que conta a história de um jovem norte americano, Billy Hayes, que nos anos 70 é detido no aeroporto de Istambul com 20 kilos de haxixe.
O inferno na vida de Billy começa quando ele descobre durante o processo penal que a pena para este tipo de crime no país onde está é a prisão perpétua.
O filme retrata com bastante clareza a escuridão do processo judicial no qual Billy se envedera e cai prisioneiro. A amargura da prisão e do prisoneiro, o isolamente diante do choque cultural, do racismo, da corrupção sexual, da tortura, das mazelas existentes na prisão onde um cruel sargento e seu ajudante infernizam a vida dos prisoneiros que tem como unica solução sonhar em pegar o Expresso da Meia Noite, um trem fictício que os levaria para a liberdade.
Por se tratar de um filme baseado em história verídica há no filme uma forte carga dramática e emotiva. A música eletrônica de Giorgio Moronder, os tons escuros predominantes na fotografia combinam perfeitamente e transformam o clima do filme.
A película do britânico Alan Parker é um de seus primeiros sucessos mundiais. O filme alcançou grande popularidade em vários países, foi banido em outros países de predominância árabe, recebeu indicações para o Oscar e levou dois por Roteiro Adaptado e Som, e levou Globo de Ouro por melhor Filme, Ator, Diretor e Edição.
Alan Parker é um diretor peculiar advindo do mundo da plubicidade onde já era muito famoso e prestigiado no início dos anos 70. Foi acusado de ser superficial e de fazer filmes como comerciais de Tv. Porém ao contrário disto seus filmes apresentam densidade dramática de qualidade e alia-se a isto o seu critério estético “clean” que, sem dúvida, é uma marca de suas películas.
A cena final do Expresso da Meia Noite é um clip lindíssimo aplicado à linguagem cinematográfica com beleza e poesia.
O filme foi feito antes do predominio da era do “politicamente correto” e por um britânico. Incorre, certamente, numa distorção da cultura turca. Mas o fato é que em prisões há os algozes, as vítimas, os corruptos, os corrompidos e o filme é feito a partir da ótica do prisoneiro estrangeiro como vítima e não como criminoso.
Este filme foi um dos primeiros a tratar mais abertamente da questão da droga, seu uso e da punição por isto. Mostra tambem cenas de homossexualismo masculino com tratamento estético e sensual com certo ineditismo para a época da produção do filme. Uma das cenas mais chocantes do filme é quando Billy se masturba olhando sua noiva atrás de um vidro para visitantes. É uma cena desconcertante e comovente.
“Expresso da Meia Noite” segue a tradição dos filmes de prisão como “Papillon” com Steve McQueen e “Brutalidade” com Burt Lancaster. É um filme de tema forte e como um bom vinho, pode ser apreciado quase 30 anos depois de sua feitura com prazer.
É um destes filmes que ficou.
Monday, August 13, 2007
AMACORD _ 34 ANOS DEPOIS E AINDA UM FILME BELÍSSIMO
Ano: 1973
Direção e Roteiro : Federico Fellini
Musica : Nino Rota
Duração: 127 min.
Locação: Rimini e Estudio Cinecittá, Roma, Itália.
Elenco : Pupella Maggio, Armando Brancia e Magali Noel
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1976.
Bodil Festival 1975, Melhor Filme Europeu.
DVD : Criterion Collection, lançado em 1998.
Federico Fellini deixou o mundo em 1993 e atrás de si um legado cinematográfico de 23 ótimos filmes que realizou entre 1950 e 1980.
Dos filmes que realizou destacam-se “Estrada da Vida” (1954), “As Noites de Cabiria”(1957), “La Dolce Vita”(1960), “Boccacio”(1962), “Oito e Meio”(1963), “Julieta dos Espiritos”(1965), “Satyricon”(1969), “Roma de Fellini”(1972), “Amacord””(1974),”Casanova”(1976), “La Nave Va”(1983) , “Ginger e Fred”(1985) e “Entrevista”(1987).
Amacord foi feito no ápice de sua carreira , na graça do ano maravilhoso que foi 1973; e é um dos filmes mais delicados, bem humorados e fantásticos onde a poesia é um registro obrigatório em todo os fotogramas de um filme.
O tema da película é a cotidiano da vida humana e Fellini se tornou notável por produzir películas que tratavam deste tema com soltura, leveza , humor e crítica; questionando nossa condição emocional, sexual e politica.
Amacord é uma palavra do dialeto Emilico-Romano que significa Me Recordo. Neste filme, o diretor retratou suas memórias autobiográficas de um período de sua adolescência através do olhar de um rapaz chamado Totti em Rimini sua viela natal beira mar, no ano de 1930 quando o Facismo de Mussolini começava a dominar a Itália. O filme descreve de forma deslumbrada, mas não exagerada, o relacionamento do rapaz com a viela, seu mundo e personagens que ao longo do filme vão se tornando mais e mais universais.
Esta é a mágia que Fellini sempre empregou em seus filmes e em Amacord consegue de forma sublime; colocando o espectador em situações de contento, admiração e prazer. Fellini como ninguém soube retratar o charme das pessoas.
O ponto inicial da película é o adolescente descobrindo o sexo e sexualizando suas relações. O filme começa com uma cena antológica que mostra numa noite um carro estacionado chacoalhando; dentro dele o rapaz e seus amigos se masturbando. Amacord nos coloca numa trama simples do cotidiano da vila durante um ano e vai nos revelando a vida e os eventos de seus personagens como o padre severo, a louca da praia, o louco da cidade, as irmãs solteironas, a prostituta, o principe aristrocata, o comerciante, a mulher mais bonita da cidade , a comerciante gorda e outros que a câmera sempre mostra com distânciamento e delicadeza e que dão fluência peculiar filme. Há um personagem numa bicicleta que eventualmente e sempre ao fundo, quando surge, para diante da camara e começa a falar como se fosse com alguém que estivesse atrás da câmera, o espectador, e fala sobre o tempo ou sobre uma qualidade da vila Cria-se um clima surreal confortável.
A fotografia nesta película com movimentos sutis e lentos; e seu distanciamento provocam a sensação onírica no filme. Amacord é um filme que conduz o espectador num embalo do começo ao fim. A musica circense de Nino Rota é elemento fundamental.
Cenas como a do silêncio total em torno de um pavão na borda de uma fonte congelada abrindo a sua cauda e das pequenas barcas a noite em alto mar levando os moradores da viela excitados esperando pela passagem de um Transatlântico, apenas para acená-lo são impossíveis de se esquecer depois de assistir este filme.
Fellini foi um dos grandes da sua geração e talvez um dos últimos poetas cinematográficos destes tempos racionais que vivemos.
A sorte, no entanto, está ai em DVD; pode-se ainda ver Amacord e outras pérolas de Fellini e sonhar, sonhar ao som de uma sanfona numa canção de Nino Rota.
Monday, August 6, 2007
AOS MESTRES, COM CARINHO.
Para homenagea-los vou falar sobre um filme de cada.
Michelangelo Antonioni
Ano : 1966 Locação : Londres
Atores : Vanessa Redgrave, Sarah Miles, David Hammings, John Castle e Jane Birkin.
Blow-Up é um filme que trata do envolvimento de um fotógrafo com um crime a partir de uma foto que faz de um casal de namorados num parque. A partir deste instante ele se vê envolvido numa série de fatos que o faz ficar obssecado em desvendar um mistério que identifica no fundo da foto durante sua ampliação.
Blow-Up, significa no processo de revelação da fotografia convencional o momento em que a imagem começa a surgir na folha de papel fotografico. Em várias cenas do filme este momento se torna importante quando cada vez mais o fotógrafo amplia a foto para poder observar melhor o que registrou no segundo plano da fotografia e assim encontrar peças para completar o imenso quebra-cabeça que se formou e o envolve.
É um filme intrigante tanto na história que conta como na forma que exibe com estética extremamente moderna e atada ao momento e local em que foi rodado; a Londres de 1966 imersa na contracultura. No entanto, a visão de Antonioni não é panfletária, mas sim intelectual e adulta, vendo o que se passava numa época em que a liberdade era ordem do dia. Antonioni nos conduz com leveza e hermetismo ao mesmo tempo, como na cena em que duas pessoas jogam tennis sem bola.
Há também bastante sensualidade e certa ironia na inconclusão de afeto e desejo que o filme retrata colocando-nos em contato com um vazio existencial.
Trata-se do primeiro filme que Antonioni fez em lingua inglesa e arrebatou com ele o Leão de Ouro no Festival de Cannes de 1966 como o melhor filme.
Tendo a beleza de Vanessa Redgrave e Jane Birkin, Blow-Up é um marco na história do cinema e influenciou várias produções seguintes e influencia até hoje.
Ingmar Bergman
Ano: 1956 Locação : Suécia
Elenco : Max Von Sydon, Gunnar Björnstrand e Bibi Andersson
Sétimo Selo é um dos filmes mais marcantes de Bergman e da história do cinema. Feito em preto e branco, a película celebra a realeza e a beleza deste tipo de fotografia rodado numa floresta sueca em ambientes noturnos e semi noturnos. Contando a história de um cavaleiro voltando das cruzadas com seus agregados e que encontra numa parada a Morte, personificada em um homem, que veio buscar a todos. O Cavaleiro propõe a Morte um desafio para que sejam poupados. Uma partida de xadrez que é jogada sempre no fim do dia entre eles.
A partir deste encontro o filme se desenrola e enfoca dentro de um cenário trágico do país abatido pela peste negra, pelo fanatismo religioso com queima de bruxas questões filosóficas sobre a existência de Deus e o sentido da vida.
É um clássico do cinema.
Muitas cenas deste filme são antológicas, como a cena final onde se vê no horizonte em contra luz a morte caminhando e atrás dela a seguindo o cavaleiro e seus servos.
Bergman oriundo do Teatro criou este filme a partir de uma peça que escreveu, montou e dirigiu. Manteve praticamente o mesmo elenco e criou no cinema a sua linguagem intimista e expressionista, onde a camera se fixa nas expressões dos atores tomando a tela. A fotografia carregada em contraste e ao mesmo tempo límpida dá as nuâncias do trágico e do belo de forma sublime.
Os diálogos são inteligentes e sutis. Através dos diálogos entre o Cavaleiro e a Morte as duvidas, os medos, as injustiças, a incredulidade e a credulidade humana são colocadas.
Bergman já tem o mérito de ter revelado ao mundo talentos como o de Max Von Sydon, a beleza de Bibi Anderson e Liv Ulman. Mas muito além disto está o seu gênio capaz de trazer as angústias humanas à tela através de histórias interessantes e com linguagem cinematográfica original. É o que pode ser visto neste clássico que é o Sétimo Selo.
Monday, July 30, 2007
TRANSFORMERS - A CELEBRAÇÃO DA MÁQUINA NO PLANETA DA PIPOCA COM COCA COLA.
Transformers é um filme que começa contando a história de um planeta onde robôs gigantescos tem vida e inteligencia própria; e que deste planeta um Cubo, que é o princípio da vida destes seres, durante um conflito entre os bons e os maus, é lançado ao espaço e cai na Terra. Os robôs, portanto, vêm à Terra em dois grupos para resgatar o cubo. Os maus destruindo tudo pela frente e os bons protegendo os humanos e tendo eles como aliados para destruir o mal.
A curiosidade é que estes seres tem a capacidade de se transformar (daí o nome do filme) em máquinas. Sendo que os maus se transformam em tanques de guerra e helicopteros e os bons em carros esportes e caminhões.
Transformers é um filme inspirado em um brinquedo os anos 80 que por sua vez inspirou ou se inspirou num desenho animado japonês, também dos anos 80.
É um filme que celebra a tecnologia como forma de resolver os problemas da humanidade. Em outras palavras, fala da nossa dependência tecnológica. Alguma novidade? É triste, no entanto, esta constatação de que celebrar isto como o filme faz não dá ao espectador outra idéia senão a do consumo e da preguiça mental. Não há nada de fato para se pensar.
Há no filme, pelo menos, vinte minutos de pura overdose vertiginosa e visual. Isto paga o ingresso. Porém, mesmo se tratando de um filme de ação e ficção científica, no todo, chega a ser um filme longo e cansativo.
Mesmo não tendo muitas cenas arrastadas com diálogos chatos e tendo até certo humor e sarcasmo. Mas não há nenhum cuidado neste aspecto, trata-se de um filme para adolescentes e sobre adolescentes no sentido mais primal. Há o uso em excesso de clichés onde os pais quando aparecem no filme são sonsos, a polícia idiota, a tecnologia superba, de que os Estados Unidos são senhores do mundo e defensores do bem, que a mulher magra é a vênus absoluta, o rapaz que pratica esportes é idiota e ter um carro e um celular é tudo para um garoto de 18 anos.
No mais, muita adrelina, destruição de prédios, carros e explosões.
Por se tratar de um filme para um publico infanto-juvenil entende-se que cada geração tem seu tempo e sua janela. Há algumas décadas atrás ia-se ao cinema para se assistir as sessões dos Três Patetas e os desenhos do Tom e Jerry.
Havia nas Tvs o National Kid herói voador que lutava contra os Incas Venusianos.
Hoje temos estes Transformers resultante de uma superprodução cinematográfica, com a assinatura de um Spielberg na produção executiva que traz a garantia de que seus olhos irão ver na tela o que for de mentira como algo real, e isto, graças a tecnologia. E isto é um dos fatores que dão ao filme parâmetros para seu sucesso comercial.
A cena final do filme, o gigantesco robô olhando o céu e prometendo defender a Terra; em seu corpo metálico reluzindo as cores azul e vermelho é o clássico cliché do patriotismo norte americano. Hoje o Super Homem é a Tecnologia.
Porém esta redundância possível de se enchergar neste filme em nada afeta ou afetará o seu sucesso com platéia infanto-juvenil.
De fato, cinema é entretenimento.
E se não era pra ser, quem se importa?
Saturday, July 21, 2007
SICKO - A Saúde Doentia
Michael Moore é sem dúvida um dos mais bem sucedidos documentaristas da última década. Com seus premiados “Bowling for Colombine” (Tiros em Colombine), de 2002, que trata da obsessão dos norte americanos por armas, tendo como pano de fundo a chacina de alunos numa escola de ensino médio na cidade de Columbine ; e “Fahrenheit 9/11”, de 2004, que é uma contundente critica ao governo do Presidente George Bush e o relaciona com o atentado de 11 de setembro.
Em sua nova película “Sicko”(Doentio), o diretor, roteirista e produtor, critíca o sistema de saúde nos Estados Unidos. Denuncia a máfia das empresas de seguro saúde, aponta a origem do problema e a inoperância do governo quanto a esta questão. Mostra também como o pobre americano é negligenciado e vive a míngua dentro deste sistema.
Com a mesma metodologia de seus filmes anteriores, Moore procura comparar o objeto de sua critica com situações similares em outros países. Desta vez volta ao Canadá onde o sistema é totalmente gratuito para todos os cidadãos, sem exceção. Vai á França e ao Reino Unido onde o mesmo ocorre. Por fim, quebrando de forma corajosa o tabu da rejeição da política americana a Cuba de Fidel Castro, Moore vai até a ilha , mata a cobra e mostra o pau. Isto é, ele questiona como pode um país com menos recursos que os Estados Unidos prover aos seus cidadãos um sistema de saúde universal e o seu país não.
Michael Moore como sempre mantém em seu filme uma incrível coerência de idéia, uma objetividade sem fim, uma capacidade de juntar fatos para explicar outro e com momentos tocantes e extremamente tristes ainda manter um corrosivo senso de humor.
Outro filme nota 10, cinco estrelas. Já ouvi gente dizer que gostaria que o Michael Moore se candidatasse a presidente dos Estados Unidos. Não sei se tanto, mas o bom dos filmes de Moore é que realmente provocam a opinião pública . A sua postura corajosa em 2003 quando foi um dos primeiros a ir a público, durante a cerimonia de entrega do Oscar e debaixo de grande vaia criticar duramente a invasão dos Estados Unidos no Iraque, fez com que o cineasta ganhasse mais e mais a credibilidade no mundo cinematográfico, da crítica e do público.
O filme está em cartaz na grande Miami há pelo menos cinco semanas. Sinal de boa bilheteria e sem o grande estardalhaço publicitário típico nas grandes produções.
Ps: A tradução literal de “Bowling for Colombine” seria “Jogando Boliche para Colombine”. O titulo é este porque os dois alunos que mataram seus colegas dentro da escola Colombine, eram integrantes do time de boliche da escola.